quarta-feira, 11 de março de 2009

Dementes e fingentes

Vi na TV outro dia uma entrevista com um senhor de mais de 90 anos. Viúvo 3 ou 4 vezes, muitos filhos, netos, bisnetos e tataranetos. E ele procurando uma nova mulher. Mas, detalhe, faz questão que seja uma “Amélia” que, para quem não sabe, “era mulher de verdade”, daquelas que só lavam, passam, cozinham, cuidam da casa, do marido, dos filhos e mais nada.

O que isso tem a ver com fingir demência? Tudo! E antes de dizer porque, vamos estabelecer que quem finge demência é fingente. Dá para dizer que o tal senhor é fingente? De forma alguma! Ele já diz de cara o que quer, como quer e pra que quer.

Dito isso, é bom deixar claro que nada consta contra “dementes”, que de louco todo mundo tem um pouco. Tem louco de amor, louco de pedra, louco de corrente, louco de dar dó. Louco, insano (e aqui vale também pro feminino) ou demente tudo bem, sem problema. Já que cada um administra a sua própria loucura, dá bem para administrar a dos outros. Tá, ok! Até certo ponto. Mas que dá, dá.

O que definitivamente não dá é para encarar os fingentes. Aqueles – ou aquelas, é claro – que dizem: “Eu? Mas, eu nunca disse (ou fiz, ou pensei) isso antes”.

Ser fingente é uma arte, que o fingente refina ao longo da vida. Quando mais velho(a), mais e melhor. Conhece cara de paisagem? Típica do fingente. A memória seletiva – só lembra o que interessa a ele ou ela? Característica do fingente. Você fala A e a resposta é B? É só assim que o fingente responde? Fica indignado quando vc mostra que o que ele está dizendo (ou fazendo ou pensando) é um surto total? Ninguém faz isso melhor que o fingente.

Pois é. Pense bem e vc vai ver que já viu montes de características dos fingentes. Que, no final, só dá para “ler” de um jeito: ele ou ela acha que é muuuuuiiiiiiiiiiiiitttttttttoooo melhor do que você. O que, nós sabemos, é uma grande mentira. Coisa típica de fingente.

Até a próxima.


(Red)Platine

Um comentário: